Dia 19 / Dezembro
BARROSINHO - Balada Crística (Barrosinho)
ZÉ PAULO BECKER - Fato Consumado (Djavan)
ELIANE SALEK - Os Boêmios (Anacleto de Medeiros)
BETO SAROLDI - Noites com Sol (Flavio Venturini e Ronaldo Bastos)
JOÃO GASPAR - Sereno (João Gaspar)
COMPANHIA ESTADUAL DE JAZZ - Coração Vagabundo (Caetano Veloso)
DURVAL FERREIRA e MAURÍCIO EINHORN - Um Abraço em Charlie Parker (Durval Ferreira e Maurício Einhorn)
CHORO NA FEIRA - Dois Irmãos (Franklin da Flauta e Luiz Claudio Ramos)
BRUCE HENRI - Canção do Amor (Villa-Lobos)
o0o0o0o
Dia 26 - Especial Toninho Horta
TONINHO HORTA - Dona Olímpia / Toninho Horta - Ronaldo Bastos
TONINHO HORTA / Viver de Amor / Toninho Horta - Ronaldo Bastos
RAUL DE SOUZA / Aquelas coisas todas / Toninho Horta
TONINHO HORTA / Viva Dominguinhos / Toninho Horta
TONINHO HORTA / Pedra da Lua / Toninho Horta - Cacaso
ANDRÉ MEHMARI / Durango Kid / Toninho Horta - Fernando Brant
LUIZ AVELLAR / Bons Amigos / Toninho Horta - Ronaldo Bastos
TAMBA TRIO - TONINHO HORTA / Sanguessuga / Toninho HOrta - Fernando Brant
RILDO HORA - Beijo Partido / Toninho Horta
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Sala de Música Especial / Rádio MEC
28 nov / 1º dez / 10
Violões da UFRJ
Fábio Neves - André Trindade - Marcio Camacho
Fabrício Eyler - Tuninho Duarte - Cyro Delvizio
Fábio Lima - Ramon Araújo - Marcos Melo - Vinícius Perez
Coord. e dir. musical - Bartholomeu Wiese
Participações: Túlio Gomes e Ivan Paparguerius
Diego Zangado - percussão
*** Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Ouça-o, se preferir, pelo site www.radiomec.com.br
Violões da UFRJ
Fábio Neves - André Trindade - Marcio Camacho
Fabrício Eyler - Tuninho Duarte - Cyro Delvizio
Fábio Lima - Ramon Araújo - Marcos Melo - Vinícius Perez
Coord. e dir. musical - Bartholomeu Wiese
Participações: Túlio Gomes e Ivan Paparguerius
Diego Zangado - percussão
*** Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Ouça-o, se preferir, pelo site www.radiomec.com.br
Choro na Barca
Prezados amigos de Paquetá
Domingo, 28 de novembro de 2010:
Regional Urubatã
Maria Souto, flauta; Marcelo Cebukin, saxofone; Gabriel Leite, pandeiro;
Leonardo Pereira, cavaquinho; João Gabriel Souto, violão.
Domingo, 28 de novembro de 2010:
Regional Urubatã
Maria Souto, flauta; Marcelo Cebukin, saxofone; Gabriel Leite, pandeiro;
Leonardo Pereira, cavaquinho; João Gabriel Souto, violão.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Por que? (jrm)
Por que choras,
se pego tuas lágrimas
e as espalho em meu peito;
se sinto tua dor,
se alivio a tua dor?
Por que sofres,
se pego tua angústia
e a entrego a minha alma,
e me entristeço,
e te livro da tristeza?
Por que finges,
se pego tuas fantasias,
todas bordadas de verdades,
e as escancaro no meu caminho,
decididamente sem volta?
Por que o adeus,
se sinto tua falta
em cada pedaço do meu corpo;
se me perco na saudade
do meu coração dilacerado?
Sei que me amas.
Me apodero de cada sílaba
do teu desejo indefesso,
e cravo no meu peito agônico.
Aí então desfaleço.
se pego tuas lágrimas
e as espalho em meu peito;
se sinto tua dor,
se alivio a tua dor?
Por que sofres,
se pego tua angústia
e a entrego a minha alma,
e me entristeço,
e te livro da tristeza?
Por que finges,
se pego tuas fantasias,
todas bordadas de verdades,
e as escancaro no meu caminho,
decididamente sem volta?
Por que o adeus,
se sinto tua falta
em cada pedaço do meu corpo;
se me perco na saudade
do meu coração dilacerado?
Sei que me amas.
Me apodero de cada sílaba
do teu desejo indefesso,
e cravo no meu peito agônico.
Aí então desfaleço.
Sala de Música Especial / Rádio MEC
21 -24 / nov / 10
CHOROS AMOROSOS
Andrea Ernest - flauta
Bernardo Aguiar -percussão
Cristóvão Bastos - piano
João Lyra - violão
*** Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Ouça-o, se preferir, pelo site www.radiomec.com.br
CHOROS AMOROSOS
Andrea Ernest - flauta
Bernardo Aguiar -percussão
Cristóvão Bastos - piano
João Lyra - violão
*** Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Ouça-o, se preferir, pelo site www.radiomec.com.br
Alma e corpo (JRM)
Ela, majestosa, vasta, pronta
para recebê-lo, entendê-lo e
afagar o que dele resta.
Ele, pensando-se sobranceiro,
pronto, mas apenas um tonto,
um tonto imaginante.
Ela, ciente de todos os ais desta vida,
das feridas para sempre semiabertas,
a disfarçar temores, recalques, saudades,
era apascente com os frágeis.
Ele, solerte consigo mesmo.
Ela, ela mesma.
para recebê-lo, entendê-lo e
afagar o que dele resta.
Ele, pensando-se sobranceiro,
pronto, mas apenas um tonto,
um tonto imaginante.
Ela, ciente de todos os ais desta vida,
das feridas para sempre semiabertas,
a disfarçar temores, recalques, saudades,
era apascente com os frágeis.
Ele, solerte consigo mesmo.
Ela, ela mesma.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Trio Três
Sábado, dia 18, às 17:30
Casa de Artes Paquetá
Praia de São Roque
Música Popular Brasileira de Câmara.Desde 2008 o grupo se apresenta em diversas casas de show e salas de concerto do Brasiltocando músicas próprias, choros e sambas de grandes compositores brasileiros. Recebeu o primeiro prêmio no concurso Tápias 2009 e na etapa estadual do Furnas Geração Musical 2008.
Francisco Pellegrini (piano)
Começou os estudos de Piano aos 8 anos de idade. Estudou com Leandro Braga, Marcos Nimrichter e Cristóvão Bastos. Foi aluno também da Escola Portátil de Choro. Atualmente Cursa composição na UNIRIO e estuda piano erudito com professor Marcelo de Alvarenga. Atua como pianista acompanhador e solista, realizando vários recitais. Faz parte de diversos grupos de música popular tocando piano e acordeon.
Lise Bastos (contrabaixo)
Iniciou seus estudos de contrabaixo em 2004. Cursa Graduação em Contrabaixo Acústico na UNIRIO, sob orientação do Professor Antonio Arzolla. Participou de diversos festivais de Música Erudita, aonde teve contato com importantes nomes do instrumento, como Sandrino Santoro, Catalin Rotaru, Miloslav Gajdos . Atua como solista, realizando recitais e toca na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem.
Lourenço Vasconcellos (bateria e vibrafone)
Nascido em uma família musical, começou a estudar bateria com 9 anos de idade em Brasília. Desde 2006 mora no Rio de Janeiro. Estuda Composição na UFRJ. Integrante dos grupos Quinteto Sivuca , Dani Spielmann Trio, OSB Jovem e “Orquestra de Sopros da Pró-arte”, também atua frequentemente no cenário erudito com participações nas principais orquestras do Rio de Janeiro. Estudou bateria com Márcio Bahia e Oscar Bolão, e percussão erudita com Ana Letícia Barros.
Apoio:Confraria de Paquetá
Casa de Artes Paquetá
Praia de São Roque
Música Popular Brasileira de Câmara.Desde 2008 o grupo se apresenta em diversas casas de show e salas de concerto do Brasiltocando músicas próprias, choros e sambas de grandes compositores brasileiros. Recebeu o primeiro prêmio no concurso Tápias 2009 e na etapa estadual do Furnas Geração Musical 2008.
Francisco Pellegrini (piano)
Começou os estudos de Piano aos 8 anos de idade. Estudou com Leandro Braga, Marcos Nimrichter e Cristóvão Bastos. Foi aluno também da Escola Portátil de Choro. Atualmente Cursa composição na UNIRIO e estuda piano erudito com professor Marcelo de Alvarenga. Atua como pianista acompanhador e solista, realizando vários recitais. Faz parte de diversos grupos de música popular tocando piano e acordeon.
Lise Bastos (contrabaixo)
Iniciou seus estudos de contrabaixo em 2004. Cursa Graduação em Contrabaixo Acústico na UNIRIO, sob orientação do Professor Antonio Arzolla. Participou de diversos festivais de Música Erudita, aonde teve contato com importantes nomes do instrumento, como Sandrino Santoro, Catalin Rotaru, Miloslav Gajdos . Atua como solista, realizando recitais e toca na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem.
Lourenço Vasconcellos (bateria e vibrafone)
Nascido em uma família musical, começou a estudar bateria com 9 anos de idade em Brasília. Desde 2006 mora no Rio de Janeiro. Estuda Composição na UFRJ. Integrante dos grupos Quinteto Sivuca , Dani Spielmann Trio, OSB Jovem e “Orquestra de Sopros da Pró-arte”, também atua frequentemente no cenário erudito com participações nas principais orquestras do Rio de Janeiro. Estudou bateria com Márcio Bahia e Oscar Bolão, e percussão erudita com Ana Letícia Barros.
Apoio:Confraria de Paquetá
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Sala de Música / Especial Aniversariantes / Rádio MEC (FM-AM)
05 - 08 / set / 2010 . .
Orquestra Colbaz / Branca / ZEQUINHA DE ABREU
Baden Powell / " / " " "
Luiz Avellar / É / LUIZ GONZAGA JUNIOR
Mauro Senise / Tuas mãos / FRANCISCO MIGNONE
David Ganc / Fica mal com Deus / GEREALDO VANDRÉ
Nonato Luís / Mulher / Custódio Mesquita - SADI CABRAL
ZÉ MENEZES / Gafieira carioca nº2 / ZÉ MENEZES
DOM SALVADOR / Unificação / DOM SALVADOR
Grupo Nosso Choro / Divagando / DILERMANDO REIS
MARCOS VALLE / Esperando o Messias / MARCOS VALLE - Paulo Sérgio Valle
Vitor Lopes / Tico-tico no fubá / ZEQUINHA DE ABREU
*** Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Ouça-o, se preferir, pelo site www.radiomec.com.br
Orquestra Colbaz / Branca / ZEQUINHA DE ABREU
Baden Powell / " / " " "
Luiz Avellar / É / LUIZ GONZAGA JUNIOR
Mauro Senise / Tuas mãos / FRANCISCO MIGNONE
David Ganc / Fica mal com Deus / GEREALDO VANDRÉ
Nonato Luís / Mulher / Custódio Mesquita - SADI CABRAL
ZÉ MENEZES / Gafieira carioca nº2 / ZÉ MENEZES
DOM SALVADOR / Unificação / DOM SALVADOR
Grupo Nosso Choro / Divagando / DILERMANDO REIS
MARCOS VALLE / Esperando o Messias / MARCOS VALLE - Paulo Sérgio Valle
Vitor Lopes / Tico-tico no fubá / ZEQUINHA DE ABREU
*** Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Ouça-o, se preferir, pelo site www.radiomec.com.br
Delírios (2) - jrm
te espero nos vãos da angústia
te busco onde não estiveres
pra ter certeza de tua ausência.
insano.
te deliro sem pudores
me farto com teus suores
sem nexo, me inconformo.
febril.
te excomungo nos missais
te esconjuro beatamente
e te louvo contrito.
demente.
te gosto nos cheiros
te gasto nos gritos
te galgo em pelo.
amante.
o0o0o0o
te busco onde não estiveres
pra ter certeza de tua ausência.
insano.
te deliro sem pudores
me farto com teus suores
sem nexo, me inconformo.
febril.
te excomungo nos missais
te esconjuro beatamente
e te louvo contrito.
demente.
te gosto nos cheiros
te gasto nos gritos
te galgo em pelo.
amante.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
MIS-Campinas pede socorro
Luiz Antonio de Almeida *
Recentemente, uma amiga do orkut, Cláudia Beraldo, enviou e-mail pedindo que eu votasse contra a mudança do Museu da Imagem e do Som de Campinas, de sua sede no Palácio dos Azulejos para sabe-se lá onde... Parece que o poder público quer transformar o prédio histórico numa espécie de sala de recepção, ou coisa que o valha. A intenção, obviamente, se justifica: o edifício é deslumbrante. Prefeitura de qualquer cidade teria orgulho em possuir um salão nobre ou sala de recepção num palácio desses. Contudo, dizer que o MIS-Campinas, para justificar o “despejo”, não atrai público suficiente, é uma tremenda injustiça. Museu não é estádio de futebol. Cultura poderia até ser produto de “massa”, mas não é. Cultura é algo a ser trabalhado, de resultados demorados, porém permanentes. Vejamos o Louvre. Milhares de pessoas visitam esse museu diariamente. E isso não se alcançou em 10 ou 20 anos, mas, sim, depois de 200 anos dedicados a transformá-lo no que ele é. O governo francês, desde os tempos de Napoleão, entendeu que a instituição seria exatamente a resposta ao mundo, à posteridade, à civilização ocidental, da importância que a França representava. E Campinas?
Daqui do Rio de Janeiro, só ouço falar de Campinas quando o assunto está relacionado à Unicamp ou às duplas “Chitãozinho e Xororó” e “Sandy e Júnior”, ilustres residentes da cidade. E é só. Campinas, em termos de projeção junto à cultura nacional, poderia ter papel altamente significativo. Não tem. E uma prova de que tal situação possivelmente se perpetuará é o fato de um museu importantíssimo como o MIS-Campinas, de uma hora para outra, ser ameaçado pelo próprio poder público! Ao invés de se “pensar” o MIS, procurar entender suas dificuldades, carências... Não, o negócio é “remover”. Pra quê um prédio tão bonito abrigando tanta “velharia”?... Quer coisa mais absurda que no Estado de São Paulo, em pleno ano de 2010, uma prefeitura compreenda a cultura de sua cidade dessa maneira? É certo que o palácio transformado em sala de visitas do prefeito receberá as melhorias de que tanto precisa. Mas não é assim que a coisa deve funcionar. Isso é uma covardia com o pessoal do museu, com a memória de Campinas. Ou seja: para abrigo de futuros regabofes entre correligionários e palco das vaidades do alcáide falastrão, certamente o dinheiro aparecerá, o prédio será restaurado. Mas para a preservação do patrimônio histórico da cidade, nada.
Sabemos que Carlos Gomes, o maior nome da música erudita brasileira, no século XIX, nasceu em Campinas. E daí? O que Campinas tem feito pela memória de Carlos Gomes, hoje? Onde estão, por exemplo, a “Medalha Carlos Gomes”, o “Festival Carlos Gomes”, o “Prêmio Carlos Gomes”?... Não estão em lugar nenhum! Simplesmente, não existem!... Fico pensando em Gramado (RS), com seu festival de cinema, Parati (RJ), com a Flip, sua feira literária, eventos de projeção internacional. Mas isso dá trabalho, não se faz de um dia para o outro, de uma gestão administrativa para outra... Há, ainda, o exemplo de Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, que aproveitou uma estação de trem desativada e a transformou num museu com o nome de Zequinha de Abreu, compositor nascido na cidade e autor do famosíssimo chorinho “Tico-tico no fubá”. Esse museu é uma das pérolas de Santa Rita.
Em 1926, nos primeiros dias de julho, o compositor Ernesto Nazareth, em turnê por algumas cidades de São Paulo, chegou a Campinas, ali se apresentando no Club Campineiro (por duas vezes), no Club Semanal de Cultura Artística e no Centro de Sciencias, Letras e Artes, perfazendo, portanto, um total de quatro recitais públicos. Quanto às audições particulares, certamente foram em bom número, pois só retornou à capital paulista entre 19 e 22 de agosto, levando, consigo, além das melhores impressões, dois pequenos álbuns com dez primorosos cartões-postais em cada, retratando o Largo Carlos Gomes e coreto, a Praça José Bonifácio, a Escola Normal, a Rua da Conceição, Monumento Ruy Barbosa, Rua Andrade Neves, 4º Grupo Escolar, a Catedral, o Clube Campineiro, a Rua Barão de Jaguará, a estátua de Carlos Gomes, a Rua Treze de Maio e a Igreja Matriz da Santa Cruz.
Três recordações de Ernesto Nazareth, datadas de 1926:
programa, fotografia tirada por Valério Vieira (SP) e convite. (02)
Ernesto Nazareth dedicou a dois amigos de Campinas, o dentista Numa Corrêa de Carvalho e sua esposa Effe, uma de suas obras primas, o “Nocturno nº 1”.
A terra que testemunhou o francês Hércules Florence realizando as experiências que projetariam seu nome entre os pioneiros da fotografia universal; Carlos Gomes, primeiro e único a levar histórias de nossos índios e negros aos palcos da Europa, por meio de suas óperas; Alexandre Levy, outro músico erudito, precursor no recolhimento de temas populares, especificamente o “Samba”, e perpetrando-os em partitura, isso em 1890... Que pena! Que descaso!... Cidade sem passado é cidade sem futuro. Não que Campinas vá desaparecer do mapa. Porém, conhecendo bem esse filme, que não é de ficção, mas de terror, vejo Campinas sendo transformada em mais uma daquelas cidades sem história, sem tradição, “sem alma”, anunciada pelos telejornais como “cidade-satélite” da megalópole São Paulo ou, o pior de todos os pesadelos: a transformação de Campinas numa espécie de “cidade-terminal ferroviário”.
Recentemente, uma amiga do orkut, Cláudia Beraldo, enviou e-mail pedindo que eu votasse contra a mudança do Museu da Imagem e do Som de Campinas, de sua sede no Palácio dos Azulejos para sabe-se lá onde... Parece que o poder público quer transformar o prédio histórico numa espécie de sala de recepção, ou coisa que o valha. A intenção, obviamente, se justifica: o edifício é deslumbrante. Prefeitura de qualquer cidade teria orgulho em possuir um salão nobre ou sala de recepção num palácio desses. Contudo, dizer que o MIS-Campinas, para justificar o “despejo”, não atrai público suficiente, é uma tremenda injustiça. Museu não é estádio de futebol. Cultura poderia até ser produto de “massa”, mas não é. Cultura é algo a ser trabalhado, de resultados demorados, porém permanentes. Vejamos o Louvre. Milhares de pessoas visitam esse museu diariamente. E isso não se alcançou em 10 ou 20 anos, mas, sim, depois de 200 anos dedicados a transformá-lo no que ele é. O governo francês, desde os tempos de Napoleão, entendeu que a instituição seria exatamente a resposta ao mundo, à posteridade, à civilização ocidental, da importância que a França representava. E Campinas?
Daqui do Rio de Janeiro, só ouço falar de Campinas quando o assunto está relacionado à Unicamp ou às duplas “Chitãozinho e Xororó” e “Sandy e Júnior”, ilustres residentes da cidade. E é só. Campinas, em termos de projeção junto à cultura nacional, poderia ter papel altamente significativo. Não tem. E uma prova de que tal situação possivelmente se perpetuará é o fato de um museu importantíssimo como o MIS-Campinas, de uma hora para outra, ser ameaçado pelo próprio poder público! Ao invés de se “pensar” o MIS, procurar entender suas dificuldades, carências... Não, o negócio é “remover”. Pra quê um prédio tão bonito abrigando tanta “velharia”?... Quer coisa mais absurda que no Estado de São Paulo, em pleno ano de 2010, uma prefeitura compreenda a cultura de sua cidade dessa maneira? É certo que o palácio transformado em sala de visitas do prefeito receberá as melhorias de que tanto precisa. Mas não é assim que a coisa deve funcionar. Isso é uma covardia com o pessoal do museu, com a memória de Campinas. Ou seja: para abrigo de futuros regabofes entre correligionários e palco das vaidades do alcáide falastrão, certamente o dinheiro aparecerá, o prédio será restaurado. Mas para a preservação do patrimônio histórico da cidade, nada.
Sabemos que Carlos Gomes, o maior nome da música erudita brasileira, no século XIX, nasceu em Campinas. E daí? O que Campinas tem feito pela memória de Carlos Gomes, hoje? Onde estão, por exemplo, a “Medalha Carlos Gomes”, o “Festival Carlos Gomes”, o “Prêmio Carlos Gomes”?... Não estão em lugar nenhum! Simplesmente, não existem!... Fico pensando em Gramado (RS), com seu festival de cinema, Parati (RJ), com a Flip, sua feira literária, eventos de projeção internacional. Mas isso dá trabalho, não se faz de um dia para o outro, de uma gestão administrativa para outra... Há, ainda, o exemplo de Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, que aproveitou uma estação de trem desativada e a transformou num museu com o nome de Zequinha de Abreu, compositor nascido na cidade e autor do famosíssimo chorinho “Tico-tico no fubá”. Esse museu é uma das pérolas de Santa Rita.
Em 1926, nos primeiros dias de julho, o compositor Ernesto Nazareth, em turnê por algumas cidades de São Paulo, chegou a Campinas, ali se apresentando no Club Campineiro (por duas vezes), no Club Semanal de Cultura Artística e no Centro de Sciencias, Letras e Artes, perfazendo, portanto, um total de quatro recitais públicos. Quanto às audições particulares, certamente foram em bom número, pois só retornou à capital paulista entre 19 e 22 de agosto, levando, consigo, além das melhores impressões, dois pequenos álbuns com dez primorosos cartões-postais em cada, retratando o Largo Carlos Gomes e coreto, a Praça José Bonifácio, a Escola Normal, a Rua da Conceição, Monumento Ruy Barbosa, Rua Andrade Neves, 4º Grupo Escolar, a Catedral, o Clube Campineiro, a Rua Barão de Jaguará, a estátua de Carlos Gomes, a Rua Treze de Maio e a Igreja Matriz da Santa Cruz.
Três recordações de Ernesto Nazareth, datadas de 1926:
programa, fotografia tirada por Valério Vieira (SP) e convite. (02)
Ernesto Nazareth dedicou a dois amigos de Campinas, o dentista Numa Corrêa de Carvalho e sua esposa Effe, uma de suas obras primas, o “Nocturno nº 1”.
A terra que testemunhou o francês Hércules Florence realizando as experiências que projetariam seu nome entre os pioneiros da fotografia universal; Carlos Gomes, primeiro e único a levar histórias de nossos índios e negros aos palcos da Europa, por meio de suas óperas; Alexandre Levy, outro músico erudito, precursor no recolhimento de temas populares, especificamente o “Samba”, e perpetrando-os em partitura, isso em 1890... Que pena! Que descaso!... Cidade sem passado é cidade sem futuro. Não que Campinas vá desaparecer do mapa. Porém, conhecendo bem esse filme, que não é de ficção, mas de terror, vejo Campinas sendo transformada em mais uma daquelas cidades sem história, sem tradição, “sem alma”, anunciada pelos telejornais como “cidade-satélite” da megalópole São Paulo ou, o pior de todos os pesadelos: a transformação de Campinas numa espécie de “cidade-terminal ferroviário”.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Casa do Músico - Carta de Minas - Convocação.
CONVOCAÇÃO PARA PRÓXIMA REUNIÃO ! ! ! TERÇA-FEIRA DIA 24, AGOSTO,
das 15 HORAS ás 17 HORAS.
Assuntos bem interessante que precisamos do aval de todos. Nesta próxima
reunião, vamos discutir um espaço permanente para o " Encontro dos
Músicos" na CASA
DO MÚSICO logo após as eleições, pelo menos uma vez por mês. Está sendo
muito agradável OS REVERJOS, ( ui, inventei agora, não existe ), o
reencontro, as sugestões, os informes, as piadas e as conversas de
músicos. Estamos juntos.
Teo Lima
---------Atenção para todos os músicos, compositores,poetas,produtores
enfim, todos ligado á música brasileira. Vamos engrossar nossa fileira que
já conta com grandes nomes do setor junto as autoridades, que estão brigando
por nós. Precisamos ir juntos. A dispersão sempre foi nossa bandeira
maior e com isso perdemos muito terreno para reivindicar nossas dores. Não
cabe mais ficar brigando em causa própria e cuidando do seu próprio
umbigo. Agora termos a grande chance de sentar na mesma mesa para
discutir e resolver todos os nossos problemas,de verdade, mudando a
história do músico e da música no país. É agora ou nunca mais. Vamos,
traga mais um músico com você. Vamos dar as mãos e brigar pelos nossos
direitos ignorados há anos.-- Temos reuniões: Todas as terças-feira, no
horário de 15h ás 17 horas. Local: Edf. Central. Rua: São José, 115, Loja
C em frente a rua Nilo Peçanha - Esquina com Ave. Rio Branco, frente para
a lateral do Lago da Carioca. Tem todos os transportes : ónibus, metro,
barcas, bicicleta, a pé, enfim, fácil acesso para todos os lados. Sala
confortável com ar refrigerado e outras "coysitas más "
Traga sua sugestão junto a sua decisão de lutar pela classe. Quem sabe
faz a hora. Fique certo, que aqui, você é a voz.
Lista de Apoio:
001 - Wagner Tiso - Músico.RJ
002 - Nelson Macedo - Músico.RJ
003 - Maestro Rildo Hora - Músico. RJ
004 - Maestro Carlos Prazeres - Músico. RJ
005 - Maestro Leonardo Bruno - Músico. RJ
006 - Maestro Renio Quintas - Músico. DF
007 - Maestro Amilson Godoy - Músico. SP
008 - Maestrina Celinha Vaz - Música. RJ
*009 - Marcio Malard - Músico. RJ*
010 - Fernando Pereira - Músico. RJ
011 - Marcelo Martins - Músico. RJ
012 - Carlos Dafé - Músico. RJ
013 - Da Gama - Músico. RJ
014 - Ana Terra - Compositora. RJ
015 - Tiberio Gaspar - Músico. RJ
016 - Leo Borges - Músico. RJ
017 - Flávio Oliveira - Músico.RJ
018 - Wilson Keyroga - Músico. MG
019 - Santiago Neto - Músico. RS
020 - Alvaro Santi - Músico. RS
021 - Paulo Sarkis - Músico. RN
022 - Ricardo Vilas - Músico. RJ
023 - Mestre Jeronimo - Músico. Austraulia.
024 - Fernanda Farina - Música. ES
025 - Omar Marzagão - Músico. RJ
026 - Elpidio Bastos - Músico. BA
027 - Amador Bueno - Músico. SP
028 - Pascoal Meirelles - Músico. RJ
029 - Jorge Cardoso - Músico. RJ
030 - Teo Lima - Músico. RJ
031 - Beto Saroldi - Músico. RJ
032 - Patricia Vilches - Música. RJ
033 - Alvaro Maciel - Compositor. RJ
034- Nema Antunes - Músico. RJ
035 - Ézio Filho - Músico. RJ
036 - Andrea Ciminelli - Música. RJ
037 - Claudia Gomes - Música. RJ
038 - Renier Salgado - Músico. RJ
039 - Lourival Franco - Músico. RJ
040 - Dimerval Felipe,Bororó - Músico. GO
041 - Manassés Aragão - Músico. GO
042 - Ricardo Moreno - Músico. RJ
043 - Jeff Gardner - Músico. RJ
044 - Fernando Carvalho - Músico. RJ
045 - Ocimar Santos - Músico. RJ
046 - Elieth Silva - Produção. RJ
047 - Renato Alvim - Músico. RJ
048 - Giovana Melo - Música. RJ
049 - Sergio Ricardo - Músico. RJ
050 - Adrian Barbet - Músico. RJ
051 - Celso Santhana - Músico. RJ
052 - José Brasil Filho - Educador-musical. CE
053 - Nicolau Amador - Músico. PA
054 - Gláfira Lobo - Música. PA
055 - Augusto Santos - Músico. PA
056 - Vanderlei Loureiro - Eng.Som. RJ
057 - Samantha de Souza - Produção. RJ
058 - Rodrigo Nascimento - Produção. RJ
059 - Flávio Aniceto - Produtor Cultural. RJ
060 - Heitor Teixeira - Músico. RJ
061- Tania Amorim - Produção. RJ
062 - Edgar Coelho Vaz - Fenametro. RJ
063 - Suelyemma Franco - produção. RJ
064 - Ivan Machado - Produtor Cultural. RJ
065 - Delcio Cardoso - Músico. RJ
066 - Roberta Martins - Produtora Cultural. RJ
067 - Diego Scliar - Músico. RJ
068 - Irani Vitória - Música-Educadora. RJ
069 - Giuliano Falcetta - Publicitário. RJ
070 - Jean Veríssimo - Músico. RJ
071 - Ykenka - Músico-Jornalista. RJ
072 - Werterberg Nunes - Músico. TO
073 - Rosana Sabença - Música. RJ
074 - Maestro Israel Menezes - Músico. RJ
075 - Felipe Cerquize - Músico. RJ
076 - Euclides Amaral - Poeta-Escritor. RJ
http://casadomusicosrj.blogspot.com
---------------------------------------------
das 15 HORAS ás 17 HORAS.
Assuntos bem interessante que precisamos do aval de todos. Nesta próxima
reunião, vamos discutir um espaço permanente para o " Encontro dos
Músicos" na CASA
DO MÚSICO logo após as eleições, pelo menos uma vez por mês. Está sendo
muito agradável OS REVERJOS, ( ui, inventei agora, não existe ), o
reencontro, as sugestões, os informes, as piadas e as conversas de
músicos. Estamos juntos.
Teo Lima
---------Atenção para todos os músicos, compositores,poetas,produtores
enfim, todos ligado á música brasileira. Vamos engrossar nossa fileira que
já conta com grandes nomes do setor junto as autoridades, que estão brigando
por nós. Precisamos ir juntos. A dispersão sempre foi nossa bandeira
maior e com isso perdemos muito terreno para reivindicar nossas dores. Não
cabe mais ficar brigando em causa própria e cuidando do seu próprio
umbigo. Agora termos a grande chance de sentar na mesma mesa para
discutir e resolver todos os nossos problemas,de verdade, mudando a
história do músico e da música no país. É agora ou nunca mais. Vamos,
traga mais um músico com você. Vamos dar as mãos e brigar pelos nossos
direitos ignorados há anos.-- Temos reuniões: Todas as terças-feira, no
horário de 15h ás 17 horas. Local: Edf. Central. Rua: São José, 115, Loja
C em frente a rua Nilo Peçanha - Esquina com Ave. Rio Branco, frente para
a lateral do Lago da Carioca. Tem todos os transportes : ónibus, metro,
barcas, bicicleta, a pé, enfim, fácil acesso para todos os lados. Sala
confortável com ar refrigerado e outras "coysitas más "
Traga sua sugestão junto a sua decisão de lutar pela classe. Quem sabe
faz a hora. Fique certo, que aqui, você é a voz.
Lista de Apoio:
001 - Wagner Tiso - Músico.RJ
002 - Nelson Macedo - Músico.RJ
003 - Maestro Rildo Hora - Músico. RJ
004 - Maestro Carlos Prazeres - Músico. RJ
005 - Maestro Leonardo Bruno - Músico. RJ
006 - Maestro Renio Quintas - Músico. DF
007 - Maestro Amilson Godoy - Músico. SP
008 - Maestrina Celinha Vaz - Música. RJ
*009 - Marcio Malard - Músico. RJ*
010 - Fernando Pereira - Músico. RJ
011 - Marcelo Martins - Músico. RJ
012 - Carlos Dafé - Músico. RJ
013 - Da Gama - Músico. RJ
014 - Ana Terra - Compositora. RJ
015 - Tiberio Gaspar - Músico. RJ
016 - Leo Borges - Músico. RJ
017 - Flávio Oliveira - Músico.RJ
018 - Wilson Keyroga - Músico. MG
019 - Santiago Neto - Músico. RS
020 - Alvaro Santi - Músico. RS
021 - Paulo Sarkis - Músico. RN
022 - Ricardo Vilas - Músico. RJ
023 - Mestre Jeronimo - Músico. Austraulia.
024 - Fernanda Farina - Música. ES
025 - Omar Marzagão - Músico. RJ
026 - Elpidio Bastos - Músico. BA
027 - Amador Bueno - Músico. SP
028 - Pascoal Meirelles - Músico. RJ
029 - Jorge Cardoso - Músico. RJ
030 - Teo Lima - Músico. RJ
031 - Beto Saroldi - Músico. RJ
032 - Patricia Vilches - Música. RJ
033 - Alvaro Maciel - Compositor. RJ
034- Nema Antunes - Músico. RJ
035 - Ézio Filho - Músico. RJ
036 - Andrea Ciminelli - Música. RJ
037 - Claudia Gomes - Música. RJ
038 - Renier Salgado - Músico. RJ
039 - Lourival Franco - Músico. RJ
040 - Dimerval Felipe,Bororó - Músico. GO
041 - Manassés Aragão - Músico. GO
042 - Ricardo Moreno - Músico. RJ
043 - Jeff Gardner - Músico. RJ
044 - Fernando Carvalho - Músico. RJ
045 - Ocimar Santos - Músico. RJ
046 - Elieth Silva - Produção. RJ
047 - Renato Alvim - Músico. RJ
048 - Giovana Melo - Música. RJ
049 - Sergio Ricardo - Músico. RJ
050 - Adrian Barbet - Músico. RJ
051 - Celso Santhana - Músico. RJ
052 - José Brasil Filho - Educador-musical. CE
053 - Nicolau Amador - Músico. PA
054 - Gláfira Lobo - Música. PA
055 - Augusto Santos - Músico. PA
056 - Vanderlei Loureiro - Eng.Som. RJ
057 - Samantha de Souza - Produção. RJ
058 - Rodrigo Nascimento - Produção. RJ
059 - Flávio Aniceto - Produtor Cultural. RJ
060 - Heitor Teixeira - Músico. RJ
061- Tania Amorim - Produção. RJ
062 - Edgar Coelho Vaz - Fenametro. RJ
063 - Suelyemma Franco - produção. RJ
064 - Ivan Machado - Produtor Cultural. RJ
065 - Delcio Cardoso - Músico. RJ
066 - Roberta Martins - Produtora Cultural. RJ
067 - Diego Scliar - Músico. RJ
068 - Irani Vitória - Música-Educadora. RJ
069 - Giuliano Falcetta - Publicitário. RJ
070 - Jean Veríssimo - Músico. RJ
071 - Ykenka - Músico-Jornalista. RJ
072 - Werterberg Nunes - Músico. TO
073 - Rosana Sabença - Música. RJ
074 - Maestro Israel Menezes - Músico. RJ
075 - Felipe Cerquize - Músico. RJ
076 - Euclides Amaral - Poeta-Escritor. RJ
http://casadomusicosrj.blogspot.com
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terça-feira, 3 de agosto de 2010
Garimpo / Claudio Jorge
Hoje, terça feira, o Programa Garimpo, além de outras atrações, recebe o cantor e compositor Martinho da Vila, que fala sobre sua experiência com a produção independente e de como ele vê o novo mercado de música no Brasil. Não perca.
Rádio Nacional 1130 KHZ. 21 horas. Na internet em www.ebc.com.br
Reprise às sextas no mesmo horário.
Rádio Nacional 1130 KHZ. 21 horas. Na internet em www.ebc.com.br
Reprise às sextas no mesmo horário.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Sala de Música / Especial Aniversariantes
1º - 04 / agosto / 2010
Gilson Peranzzetta /Ponteio / EDU LOBO - Capinam
Luiz Eça-Quinteto Villa-Lobos/Viola enluarada/Marcos Valle - PAULO SÉRGIO VALLE
Mauro Senise / Waltz for Phil / VICTOR ASSIS BRASIL
BADEN POWELL / Mágoas de caboclo / LEONEL AZEVEDO -J. Cascata
Sivuca / Feira de São Cristóvão / Sivuca - PAULINHO TAPAJÓS
JOÃO DONATO /Nua idéia / JOÃO DONATO - CAETANO VELOSO
Edu da Gaita / A voz do violão / FRANCISCO ALVES - Horácio Campos
Orquestra de Sopros Pro-Arte / Berceuse a Jussara / BADEN POWELL
Alberto Chimelli - Luiz Alves / A saudade mata a gente / ANTONIO ALMEIDA - Braguinha
Zé Nogueira / Cine Baronesa / Guinga - ALDIR BLANC
* Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Se preferir, ouça-o no site www.radiomec.com.br
Gilson Peranzzetta /Ponteio / EDU LOBO - Capinam
Luiz Eça-Quinteto Villa-Lobos/Viola enluarada/Marcos Valle - PAULO SÉRGIO VALLE
Mauro Senise / Waltz for Phil / VICTOR ASSIS BRASIL
BADEN POWELL / Mágoas de caboclo / LEONEL AZEVEDO -J. Cascata
Sivuca / Feira de São Cristóvão / Sivuca - PAULINHO TAPAJÓS
JOÃO DONATO /Nua idéia / JOÃO DONATO - CAETANO VELOSO
Edu da Gaita / A voz do violão / FRANCISCO ALVES - Horácio Campos
Orquestra de Sopros Pro-Arte / Berceuse a Jussara / BADEN POWELL
Alberto Chimelli - Luiz Alves / A saudade mata a gente / ANTONIO ALMEIDA - Braguinha
Zé Nogueira / Cine Baronesa / Guinga - ALDIR BLANC
* Este programa é retransmitido pela Rádio MEC-AM aos domingos, às 16 horas.
Se preferir, ouça-o no site www.radiomec.com.br
sábado, 24 de julho de 2010
Sala de Música Especial
25 - 28 / julho / 2010 ..
- DE LÁ PRA CÁ
Stefano Bollani / Luz negra / Nelson Cavaquinho - Amâncio Cardoso
Eddy Palermo / Batida diferente / Durval Ferreira - Mauricio Einhorn
Michel Legrand / Sempre será / Luiz Eça - Bebeto
Stan Getz - Charles Byrd / Desafinado / Tom Jobim - Newton Mendonça
Toots Thielemans / Constance / Guinga
Michael Orta - Paquito D'Rivera / One for Tom / Rivera - Samuels
Edsel Gomez - Arismar do Espírito Santo / Dora / Dorival Caymmi
Ray Conniff / Na Baixa do Sapateiro / Ary Barroso
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
- DE LÁ PRA CÁ
Stefano Bollani / Luz negra / Nelson Cavaquinho - Amâncio Cardoso
Eddy Palermo / Batida diferente / Durval Ferreira - Mauricio Einhorn
Michel Legrand / Sempre será / Luiz Eça - Bebeto
Stan Getz - Charles Byrd / Desafinado / Tom Jobim - Newton Mendonça
Toots Thielemans / Constance / Guinga
Michael Orta - Paquito D'Rivera / One for Tom / Rivera - Samuels
Edsel Gomez - Arismar do Espírito Santo / Dora / Dorival Caymmi
Ray Conniff / Na Baixa do Sapateiro / Ary Barroso
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
Ladrão (jrm)
Ladrão de palavras / não roubo todas, roubo ...
...as que se inquietam no olhar das meninas
as que se acomodam no colo das senhoras reclusas
as que se evadem dos lábios juvenis
as que se enlaçam na cumplicidade dos amantes
as que se consolam no ventre das beatas orais
as que se consomem no fogo dos homens impossíveis
as que se calam na crueza pérfida dos desatinos
as que se embriagam no dou-não-dou das paixões
as que se impõem nas relações de todas as cores
as que se querem doces, femininas, mulheres
Roubo palavras como se rouba um beijo
na surpresa, na entrega do cheiro, do sabor
na calada da lua , na alegoria do desejo,
à tua sombra,
sem temer desvarios e nunca mais.
...as que se inquietam no olhar das meninas
as que se acomodam no colo das senhoras reclusas
as que se evadem dos lábios juvenis
as que se enlaçam na cumplicidade dos amantes
as que se consolam no ventre das beatas orais
as que se consomem no fogo dos homens impossíveis
as que se calam na crueza pérfida dos desatinos
as que se embriagam no dou-não-dou das paixões
as que se impõem nas relações de todas as cores
as que se querem doces, femininas, mulheres
Roubo palavras como se rouba um beijo
na surpresa, na entrega do cheiro, do sabor
na calada da lua , na alegoria do desejo,
à tua sombra,
sem temer desvarios e nunca mais.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Delírios (JRM)
Nos meus delírios
eu a tenho.
Embaralho seus cabelos,
invado seus pelos
em plena praça.
Há olhares estranhos, perplexos.
Não estou nem aí pra essas lonjuras.
Amo bem fundo, à exaustão.
Enquanto o tempo passa
com seus horários amoráveis,
eu, cá comigo, com meu corpo,
conservo o sabor das manhãs,
o cheiro da tarde
e o assanhamento da noite,
que será longa.
eu a tenho.
Embaralho seus cabelos,
invado seus pelos
em plena praça.
Há olhares estranhos, perplexos.
Não estou nem aí pra essas lonjuras.
Amo bem fundo, à exaustão.
Enquanto o tempo passa
com seus horários amoráveis,
eu, cá comigo, com meu corpo,
conservo o sabor das manhãs,
o cheiro da tarde
e o assanhamento da noite,
que será longa.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Isso e aquilo (JRM)
Em vez de sonhar com as estrelas
de tentar tocá-las, tocava-se
tocava-se com tal delicadeza
com tamanho despudor
que sabia-se na profundidade dos desejos
na imensidão dos prazeres,
na imersão dos sentidos
Em vez de colher flores,
de tentar regá-las, regava-se
regava-se com tal naturalidade
com tamanho frescor
que mergulhava-se até onde seu corpo ardia
na completude dos anseios
no magnífico suor
Em vez de multiplicar-se
de tentar ser muitas,singularizava-se
singularizava-se com tal esmero
com tamanho alento
que, não raro, era difícil encontrar-se
naquela solidão de sempre
na sua simples complexidade.
de tentar tocá-las, tocava-se
tocava-se com tal delicadeza
com tamanho despudor
que sabia-se na profundidade dos desejos
na imensidão dos prazeres,
na imersão dos sentidos
Em vez de colher flores,
de tentar regá-las, regava-se
regava-se com tal naturalidade
com tamanho frescor
que mergulhava-se até onde seu corpo ardia
na completude dos anseios
no magnífico suor
Em vez de multiplicar-se
de tentar ser muitas,singularizava-se
singularizava-se com tal esmero
com tamanho alento
que, não raro, era difícil encontrar-se
naquela solidão de sempre
na sua simples complexidade.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Sirvam-se (JRM)
Preparou o peixe, a magnífica
cortou-o em postas
cortou-se,
expôs-se de mãos postas à mesa
ofereceu-se, tensa
um comensal, silente, salgou-a
em seguida, lavou-a ao azeite
levou-a ao garfo...mas não...
Outros olhos miravam-na,
incrédulos
pois bem, benzeram-na
com vinho, risos e suores
até flores lhe deram
e doces e dores e odores
mas sim...
Ao quarto, que comensais prepararam
arrumando-o em colchas, bordadas
bordaram e pintaram o leito
cortaram em postas seu peito
exposto em sangue e cheiro
o quarto, a mesa servida
a magnífica, o peixe, a vida.
cortou-o em postas
cortou-se,
expôs-se de mãos postas à mesa
ofereceu-se, tensa
um comensal, silente, salgou-a
em seguida, lavou-a ao azeite
levou-a ao garfo...mas não...
Outros olhos miravam-na,
incrédulos
pois bem, benzeram-na
com vinho, risos e suores
até flores lhe deram
e doces e dores e odores
mas sim...
Ao quarto, que comensais prepararam
arrumando-o em colchas, bordadas
bordaram e pintaram o leito
cortaram em postas seu peito
exposto em sangue e cheiro
o quarto, a mesa servida
a magnífica, o peixe, a vida.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
LÁZARAS (Jorge Roberto Martins)
Almas lázaras
lambem as cores das cidades
mordem suas dores
cheiram seus suores
até se curarem de tanto horror
Ela, guardiã dos pecados
Ele, milagreiro dos delírios
Eles, solidários, soturnos,
noturnamente sós.
lambem as cores das cidades
mordem suas dores
cheiram seus suores
até se curarem de tanto horror
Ela, guardiã dos pecados
Ele, milagreiro dos delírios
Eles, solidários, soturnos,
noturnamente sós.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Maria Gorda / Luas de Paquetá
“Sorte por longo prazo
a quem me beija e respeita,
mas sete anos de atraso
a cada maldade a mim feita”.
O Baobá (MDCXXVII)
Sentava-me. Ao seu lado, o esquerdo, ouvia histórias. De frente pro mar, por dentro da brisa, sopros da baía de águas claras de verde e de azul. Todos os domingos à tarde, quando o fim de semana dava aquela espreguiçada. Às quatro, a Martim Afonso se afastava lentamente do cais, igualzinho à canção, e lentamente ela começava a me contar que...
... Pedro e Dulce cravaram um coração em seu corpo, sangraram sua alma, só para eternizar a paixão, dois anos depois acabada. Incompatibilidade de bens;
... Lucas e Adélia ilustraram o tradicional martírio com uma flecha atravessando o coração transbordante de sangue, e uma das muitas indefectíveis inscrições amorosas – Unidos para sempre. Desunidos, nunca mais retornaram para ver a arte plástica da paixão;
... Luís e Belinha, menos corrosivos, inovaram: com canivete afiado, tiraram-lhe algumas cascas como lembrança. Contou-me que foram usadas como decoração do leito numa pousada chamada Para Sempre. A pousada mudou de nome. Chama-se, agora, Nunca Mais.
... assim, durante anos, sempre aos domingos, sempre à tarde, chegavam à ela casais de namorados, amantes de ocasião, apaixonados, escancarada e imaginariamente apaixonados eternos, uns, somente enamorados, outros – Lúcias e Paulos, Marios e Dirces, Robertas e Leonardos, todos, no pré ou pós gozo, julgando-se imortais naquele corpo centenário. Seringueiros do desamor, isto sim. (A ciência a identificou como um baobá, gênero masculino. Mas, para mim, único a saber e ouvir suas dores, era Maria Gorda, a que enfeitava a rua com sua generosidade e encantadora postura – dois metros de diâmetro, dez de altura, copa de belos espaços cujas folhas, vistas do alto, formavam uma cama aconchegante; vistas de baixo, redesenhavam o céu em cumplicidade com as nuvens).
Certa vez, endiabrado de amor, não pensei nem uma vez. Fui dizendo que ela estava ficando feia, abatida, seus galhos doentes de tão secos, suas raízes rachando a calçada, rompendo a rua. Pediu-me que a regasse – “com água do mar, hein!” – enfatizou na rouquidão da voz. Atravessei a rua, nada mais do que quatro metros incluindo a calçada, que dava para a areia da praia. Com as mãos em concha, fiz tantas idas e vindas quantas necessárias para regar a base de Maria. A cada vez que sentia o líquido em seu corpo, remoçava, sorria, seus galhos e folhas contorciam-se, puro prazer. Pouco depois, recompunha-se, firme. A Gorda estava plena, aparentemente não mais sofria dos cortes profundos, marcas de amores brutos, inconseqüentes. Não entendiam que Cupido não era plantonista domingueiro, e Maria muito menos palanque.
Pergunto se estava ou fora apaixonada um dia. Olhou-me profundamente, bem dentro de mim, como só as marias sabem, como só as marias gordas e vizinhas do mar invadem e penetram. Antes que respondesse, olhou para o alto. Um tiê-sangue pousara em sua copa. Ela fez um suave movimento. Pareceu-me acomodá-lo. Em seguida, respondeu que sim. “Estou, quero estar apaixonada, sempre, mas não cravo corações, não sangro ninguém. Só a mim. E sinto uma dor terrível. É um corte muito profundo”.
Mais adiante eu saberia desta dor.
Chego mais perto, sem me importar com a posição pouco confortável
e própria a câimbras – as pernas encolhidas, na contramão do alongamento mais do que urgente pelo tempo da conversa. O sino da Igreja do Bom Jesus do Monte anunciava as seis horas da noite, e a Martim Afonso atracava no Cais Pharoux, na Praça Quinze.
Abro parênteses: Eu imaginava, sempre que a Martim Afonso iniciava sua viagem para o Rio, que nós dois um dia iríamos embarcar e fazer um passeio pela Baía da Guanabara. A Martim Afonso era uma barca muito bonita, larga, sempre pintada de novo, toda branca. Não era barulhenta e a fumaça que saía da sua chaminé se misturava com as nuvens brancas de Paquetá. Por lá ficava. Um passeio romântico, apaixonante. Sonhava. Afinal, entre parênteses pode-se tudo. Fecho-os agora.
Maria retoma a conversa, ritmo de confissão:
- Ele chegava sempre devagar, trazido por uma onda amiga, cúmplice.
Maria acariciava as palavras, lambia as sílabas, gozava com a sua imaginação, estava certa de que me encantava. Continuava:
- Ele sentava neste mesmo lado em que você está, nesta mesma posição. Não ficava apenas me ouvindo. Me acarinhava. Um homem de alma grande e delicada. Isto é possível, meu jovem”.
Acedi num gesto de cabeça, delicadamente.
- Suas mãos, curativas, tiravam as dores destes muitos corações que você está vendo, que não são meus. E ele me dizia cada coisa!!! Lembro que num dia de chuva me ensinou a cerrar a copa. Assim estaríamos protegidos. Foi o que fiz. Daí em diante, foram momentos de linda, intensa, alucinante paixão. Ele me freqüentava, e nossos sussurros foram se multiplicando, tornaram-se vozes, tornaram-se coro, às vezes em terças, outras em quintas, ao final em uníssono. Estávamos juntos. Seu carinho era música”, professorou Maria.
Houve um momento em que chorou. Contou-me que era noite e que quase ao dormir foi invadida por uma sensação de perda. Ouvira o barulho de braçadas. Mal pressentimento. Olhos medrosos, quis fechá-los. Ao mesmo tempo, atraída, curiosa, fixou-os na direção do mar. Chorou. Seu amor mergulhara levando dela o coração e dúvidas quanto à próxima música; com ele, a ternura de amá-la, fazê-la apaixonada. Restaram-lhe todos os outros corações que não eram seus, que se multiplicavam, e feriam-na. Tive que acalmá-la.
Voltei no domingo seguinte. Já não sabia se queria apenas vê-la, ouvi-la ou, até, apaixonar-me, sem sangrá-la. Se apaixonado, bastava-me ficar a seu lado, protegê-la dos outros, vá lá que sejam, apaixonados. Se para ouvi-la, a atenção carinhosa. Decidi por ouvi-la, apaixonadamente. Ao ver-me, sorriu, balançou galhos, dançou folhas e até cantou um trecho de Luar de Paquetá: “Jardim de afeto / pombal de amores”. Trocamos olhares. Disse-lhe que estava linda, elogiei sua voz. No fundo, estava mesmo era feliz pela sua alegria com o nosso reencontro.
- Que bom que veio. Estava mesmo lhe esperando.
- Eu também estou contente. A semana custou a passar.
- Pois é, dizia ela.
- Pois é, dizia eu.
O fato é que havia algo no ar além dos seus galhos muito altos, junto das nuvens. Estas não despregavam os olhos de nós. Ao mesmo tempo, concediam um clima de tranqüilidade, suaves sombras. O sol não queimava, aquecia. Ele também nos olhava, disfarçadamente, rabo de olho. Neste domingo a tarde estava mais aconchegante. Sei não...
Novamente ao seu lado, já não mais ouvia suas histórias. Ela também não fazia mais questão de contá-las. Falamos de nós somente. Pronto, nos agarramos à prudência, estávamos nos contendo. Medo? Mais de cem anos de paixões cravadas no peito, foi ela mesma quem recomeçou a conversa.
- Pensei bastante em você. Contei as horas, tentei encurtar o tempo. Agora você está aqui, bem perto.
Serena e timidamente, afastei-me um pouquinho. Ela notou. Nada falou. Mas eu, de viés, flagrei seu risinho gostosamente safado.
- Como eu ia dizendo, contei as horas, tentei encurtar o ...
- Eu também. Sou bom contador, gracejei. Parecíamos duas crianças. Estava bom.
- Você não vai me interromper agora, vai?, repreendeu-me, porém com um dengo na voz que eu ... Sei não. Bem -, continuou -, pensei muito e em tudo o que falei pra você. Cheguei até a me questionar. Acontece que senti você tão atencioso, carinhoso mesmo, que não me arrependo nem um pouquinho. Só que agora não tenho mais nada para contar. Talvez daqui a alguns anos, alguma paixão daquelas que eu sempre quis. O que você acha?
- Acho que no próximo domingo você já terá algo para contar. Sabe, a Martim Afonso estará deixando o cais, o tiê-sangue pousará em sua copa, ninguém mais irá lhe sangrar, você estará completamente cicatrizada, estaremos juntos, e,quem sabe?, num passeio pela Baía de Guanabara. Ah, sim, ao invés de somente aos domingos, estarei ao seu lado todos os dias, todas as quatro horas da tarde. E não se preocupe se eu quiser mergulhar, porque eu, Maria, eu sou a paixão além dos tempos, aquela que não faz sofrer, mas delirante; que não escraviza, eterniza. A paixão até hoje não vivida, nem por você, nem por mim, muito menos por aqueles que a feriram. Eu sou a sua paixão, Maria, eu sou a sua história.
a quem me beija e respeita,
mas sete anos de atraso
a cada maldade a mim feita”.
O Baobá (MDCXXVII)
Sentava-me. Ao seu lado, o esquerdo, ouvia histórias. De frente pro mar, por dentro da brisa, sopros da baía de águas claras de verde e de azul. Todos os domingos à tarde, quando o fim de semana dava aquela espreguiçada. Às quatro, a Martim Afonso se afastava lentamente do cais, igualzinho à canção, e lentamente ela começava a me contar que...
... Pedro e Dulce cravaram um coração em seu corpo, sangraram sua alma, só para eternizar a paixão, dois anos depois acabada. Incompatibilidade de bens;
... Lucas e Adélia ilustraram o tradicional martírio com uma flecha atravessando o coração transbordante de sangue, e uma das muitas indefectíveis inscrições amorosas – Unidos para sempre. Desunidos, nunca mais retornaram para ver a arte plástica da paixão;
... Luís e Belinha, menos corrosivos, inovaram: com canivete afiado, tiraram-lhe algumas cascas como lembrança. Contou-me que foram usadas como decoração do leito numa pousada chamada Para Sempre. A pousada mudou de nome. Chama-se, agora, Nunca Mais.
... assim, durante anos, sempre aos domingos, sempre à tarde, chegavam à ela casais de namorados, amantes de ocasião, apaixonados, escancarada e imaginariamente apaixonados eternos, uns, somente enamorados, outros – Lúcias e Paulos, Marios e Dirces, Robertas e Leonardos, todos, no pré ou pós gozo, julgando-se imortais naquele corpo centenário. Seringueiros do desamor, isto sim. (A ciência a identificou como um baobá, gênero masculino. Mas, para mim, único a saber e ouvir suas dores, era Maria Gorda, a que enfeitava a rua com sua generosidade e encantadora postura – dois metros de diâmetro, dez de altura, copa de belos espaços cujas folhas, vistas do alto, formavam uma cama aconchegante; vistas de baixo, redesenhavam o céu em cumplicidade com as nuvens).
Certa vez, endiabrado de amor, não pensei nem uma vez. Fui dizendo que ela estava ficando feia, abatida, seus galhos doentes de tão secos, suas raízes rachando a calçada, rompendo a rua. Pediu-me que a regasse – “com água do mar, hein!” – enfatizou na rouquidão da voz. Atravessei a rua, nada mais do que quatro metros incluindo a calçada, que dava para a areia da praia. Com as mãos em concha, fiz tantas idas e vindas quantas necessárias para regar a base de Maria. A cada vez que sentia o líquido em seu corpo, remoçava, sorria, seus galhos e folhas contorciam-se, puro prazer. Pouco depois, recompunha-se, firme. A Gorda estava plena, aparentemente não mais sofria dos cortes profundos, marcas de amores brutos, inconseqüentes. Não entendiam que Cupido não era plantonista domingueiro, e Maria muito menos palanque.
Pergunto se estava ou fora apaixonada um dia. Olhou-me profundamente, bem dentro de mim, como só as marias sabem, como só as marias gordas e vizinhas do mar invadem e penetram. Antes que respondesse, olhou para o alto. Um tiê-sangue pousara em sua copa. Ela fez um suave movimento. Pareceu-me acomodá-lo. Em seguida, respondeu que sim. “Estou, quero estar apaixonada, sempre, mas não cravo corações, não sangro ninguém. Só a mim. E sinto uma dor terrível. É um corte muito profundo”.
Mais adiante eu saberia desta dor.
Chego mais perto, sem me importar com a posição pouco confortável
e própria a câimbras – as pernas encolhidas, na contramão do alongamento mais do que urgente pelo tempo da conversa. O sino da Igreja do Bom Jesus do Monte anunciava as seis horas da noite, e a Martim Afonso atracava no Cais Pharoux, na Praça Quinze.
Abro parênteses: Eu imaginava, sempre que a Martim Afonso iniciava sua viagem para o Rio, que nós dois um dia iríamos embarcar e fazer um passeio pela Baía da Guanabara. A Martim Afonso era uma barca muito bonita, larga, sempre pintada de novo, toda branca. Não era barulhenta e a fumaça que saía da sua chaminé se misturava com as nuvens brancas de Paquetá. Por lá ficava. Um passeio romântico, apaixonante. Sonhava. Afinal, entre parênteses pode-se tudo. Fecho-os agora.
Maria retoma a conversa, ritmo de confissão:
- Ele chegava sempre devagar, trazido por uma onda amiga, cúmplice.
Maria acariciava as palavras, lambia as sílabas, gozava com a sua imaginação, estava certa de que me encantava. Continuava:
- Ele sentava neste mesmo lado em que você está, nesta mesma posição. Não ficava apenas me ouvindo. Me acarinhava. Um homem de alma grande e delicada. Isto é possível, meu jovem”.
Acedi num gesto de cabeça, delicadamente.
- Suas mãos, curativas, tiravam as dores destes muitos corações que você está vendo, que não são meus. E ele me dizia cada coisa!!! Lembro que num dia de chuva me ensinou a cerrar a copa. Assim estaríamos protegidos. Foi o que fiz. Daí em diante, foram momentos de linda, intensa, alucinante paixão. Ele me freqüentava, e nossos sussurros foram se multiplicando, tornaram-se vozes, tornaram-se coro, às vezes em terças, outras em quintas, ao final em uníssono. Estávamos juntos. Seu carinho era música”, professorou Maria.
Houve um momento em que chorou. Contou-me que era noite e que quase ao dormir foi invadida por uma sensação de perda. Ouvira o barulho de braçadas. Mal pressentimento. Olhos medrosos, quis fechá-los. Ao mesmo tempo, atraída, curiosa, fixou-os na direção do mar. Chorou. Seu amor mergulhara levando dela o coração e dúvidas quanto à próxima música; com ele, a ternura de amá-la, fazê-la apaixonada. Restaram-lhe todos os outros corações que não eram seus, que se multiplicavam, e feriam-na. Tive que acalmá-la.
Voltei no domingo seguinte. Já não sabia se queria apenas vê-la, ouvi-la ou, até, apaixonar-me, sem sangrá-la. Se apaixonado, bastava-me ficar a seu lado, protegê-la dos outros, vá lá que sejam, apaixonados. Se para ouvi-la, a atenção carinhosa. Decidi por ouvi-la, apaixonadamente. Ao ver-me, sorriu, balançou galhos, dançou folhas e até cantou um trecho de Luar de Paquetá: “Jardim de afeto / pombal de amores”. Trocamos olhares. Disse-lhe que estava linda, elogiei sua voz. No fundo, estava mesmo era feliz pela sua alegria com o nosso reencontro.
- Que bom que veio. Estava mesmo lhe esperando.
- Eu também estou contente. A semana custou a passar.
- Pois é, dizia ela.
- Pois é, dizia eu.
O fato é que havia algo no ar além dos seus galhos muito altos, junto das nuvens. Estas não despregavam os olhos de nós. Ao mesmo tempo, concediam um clima de tranqüilidade, suaves sombras. O sol não queimava, aquecia. Ele também nos olhava, disfarçadamente, rabo de olho. Neste domingo a tarde estava mais aconchegante. Sei não...
Novamente ao seu lado, já não mais ouvia suas histórias. Ela também não fazia mais questão de contá-las. Falamos de nós somente. Pronto, nos agarramos à prudência, estávamos nos contendo. Medo? Mais de cem anos de paixões cravadas no peito, foi ela mesma quem recomeçou a conversa.
- Pensei bastante em você. Contei as horas, tentei encurtar o tempo. Agora você está aqui, bem perto.
Serena e timidamente, afastei-me um pouquinho. Ela notou. Nada falou. Mas eu, de viés, flagrei seu risinho gostosamente safado.
- Como eu ia dizendo, contei as horas, tentei encurtar o ...
- Eu também. Sou bom contador, gracejei. Parecíamos duas crianças. Estava bom.
- Você não vai me interromper agora, vai?, repreendeu-me, porém com um dengo na voz que eu ... Sei não. Bem -, continuou -, pensei muito e em tudo o que falei pra você. Cheguei até a me questionar. Acontece que senti você tão atencioso, carinhoso mesmo, que não me arrependo nem um pouquinho. Só que agora não tenho mais nada para contar. Talvez daqui a alguns anos, alguma paixão daquelas que eu sempre quis. O que você acha?
- Acho que no próximo domingo você já terá algo para contar. Sabe, a Martim Afonso estará deixando o cais, o tiê-sangue pousará em sua copa, ninguém mais irá lhe sangrar, você estará completamente cicatrizada, estaremos juntos, e,quem sabe?, num passeio pela Baía de Guanabara. Ah, sim, ao invés de somente aos domingos, estarei ao seu lado todos os dias, todas as quatro horas da tarde. E não se preocupe se eu quiser mergulhar, porque eu, Maria, eu sou a paixão além dos tempos, aquela que não faz sofrer, mas delirante; que não escraviza, eterniza. A paixão até hoje não vivida, nem por você, nem por mim, muito menos por aqueles que a feriram. Eu sou a sua paixão, Maria, eu sou a sua história.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Bate-papo em Paquetá
Edino Krieger é o convidado deste domingo, dia 6 de junho.
Maestro e compositor, vai contar um pouco sobre seu trabalho de criação para o musical Histórias da Ilha, e mostrará algumas de suas composições nos mais diversos gêneros.
O mediador é o jornalista Luis Carlos Issa.
Local: Bar do Zarur, Rua Dr. Lacerda, 18.
Horário: 12,30h.
Maestro e compositor, vai contar um pouco sobre seu trabalho de criação para o musical Histórias da Ilha, e mostrará algumas de suas composições nos mais diversos gêneros.
O mediador é o jornalista Luis Carlos Issa.
Local: Bar do Zarur, Rua Dr. Lacerda, 18.
Horário: 12,30h.
Histórias da Ilha
Um espetáculo do Projeto Bem Me Quer Paquetá
São 31 crianças em cena, atuando e se dividindo entre flautas, clarineta, violão, piano, percussão, violino, viola, violoncelo e contrabaixo em um espetáculo criativo, alegre, com muita sonoridade e emoção. Histórias da Ilha, o novo musical infantil do Projeto Bem Me Quer Paquetá, mistura elementos históricos com o imaginário local, criando um universo mágico. As apresentações acontecem nos dias 3 e 4 de junho no Paquetá Iate Clube às 19h, dia 5 de junho no Paquetá Iate Clube às 18h – entrada franca – 300 lugares, e dia 29 de junho no teatro do SESI Centro às 19h, na Rua Graça Aranha, ingressos R$ 10,00 e R$ 5,00 – 350 lugares.
Histórias da Ilha é uma obra do maestro e compositor Edino Krieger. O texto e as letras trazem a autoria da escritora Conceição Campos. Direção Artística: Josiane Kevorkian; Direção Musical: Bruno Jardim; Direção Cênica: Ruth Staerke e Fábio Enriquez; Assistente de direção: Clarisse Montteiro; Preparação vocal: Noeli Mello; Concepção e coordenação: José Lavrador Kevorkian
Bem Me Quer Paquetá é um projeto de capacitação artística e cultural por música, artes integradas e cidadania para centenas de crianças da Ilha de Paquetá, desenvolvido na Casa de Artes Paquetá. A iniciativa conta com o patrocínio da Petrobras, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, o apoio cultural da Barcas SA e dos Padrinhos Culturais, além de diversas instituições parceiras na Ilha.
Cidadania através da arte – O Bem Me Quer Paquetá é um projeto que democratiza o acesso à cultura, capacita e gera oportunidades, promovendo o resgate e a preservação da memória, da identidade e da auto-estima da comunidade de Paquetá. Atende diretamente a mais de 100 crianças, na faixa de 6 a 16 anos. Anualmente, o projeto trabalha com um tema relacionado à história e identidade cultural da Ilha, com a articulação de diversos núcleos técnicos na montagem de um espetáculo. Já foram exibidos musicais como Maestro Anacleto de Paquetá, homenageando o grande compositor e regente paquetaense Anacleto de Medeiros; A Moreninha, composto por Tim Rescala baseado no romance de Joaquim Manoel de Macedo e Um Rei em Paquetá, composto por João Guilherme Ripper e libreto de Conceição Campos.
Sob a regência de Bruno Jardim, além de 31 crianças atuando e tocando, traz como músicos convidados Lourenço Vasconcelos - percussão e Felipe Machado - violão.
São 31 crianças em cena, atuando e se dividindo entre flautas, clarineta, violão, piano, percussão, violino, viola, violoncelo e contrabaixo em um espetáculo criativo, alegre, com muita sonoridade e emoção. Histórias da Ilha, o novo musical infantil do Projeto Bem Me Quer Paquetá, mistura elementos históricos com o imaginário local, criando um universo mágico. As apresentações acontecem nos dias 3 e 4 de junho no Paquetá Iate Clube às 19h, dia 5 de junho no Paquetá Iate Clube às 18h – entrada franca – 300 lugares, e dia 29 de junho no teatro do SESI Centro às 19h, na Rua Graça Aranha, ingressos R$ 10,00 e R$ 5,00 – 350 lugares.
Histórias da Ilha é uma obra do maestro e compositor Edino Krieger. O texto e as letras trazem a autoria da escritora Conceição Campos. Direção Artística: Josiane Kevorkian; Direção Musical: Bruno Jardim; Direção Cênica: Ruth Staerke e Fábio Enriquez; Assistente de direção: Clarisse Montteiro; Preparação vocal: Noeli Mello; Concepção e coordenação: José Lavrador Kevorkian
Bem Me Quer Paquetá é um projeto de capacitação artística e cultural por música, artes integradas e cidadania para centenas de crianças da Ilha de Paquetá, desenvolvido na Casa de Artes Paquetá. A iniciativa conta com o patrocínio da Petrobras, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, o apoio cultural da Barcas SA e dos Padrinhos Culturais, além de diversas instituições parceiras na Ilha.
Cidadania através da arte – O Bem Me Quer Paquetá é um projeto que democratiza o acesso à cultura, capacita e gera oportunidades, promovendo o resgate e a preservação da memória, da identidade e da auto-estima da comunidade de Paquetá. Atende diretamente a mais de 100 crianças, na faixa de 6 a 16 anos. Anualmente, o projeto trabalha com um tema relacionado à história e identidade cultural da Ilha, com a articulação de diversos núcleos técnicos na montagem de um espetáculo. Já foram exibidos musicais como Maestro Anacleto de Paquetá, homenageando o grande compositor e regente paquetaense Anacleto de Medeiros; A Moreninha, composto por Tim Rescala baseado no romance de Joaquim Manoel de Macedo e Um Rei em Paquetá, composto por João Guilherme Ripper e libreto de Conceição Campos.
Sob a regência de Bruno Jardim, além de 31 crianças atuando e tocando, traz como músicos convidados Lourenço Vasconcelos - percussão e Felipe Machado - violão.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Sala de Música
30 maio / 06 junho / 2010
Saudades de Princesa
(sobre a obra de Canhoto da Paraíba)
com o Trio de Câmara Brasileiro:
Pedro Amorim - bandolim
Caio Cezar - violão
Alessandro Valente - cavaquinho
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
Saudades de Princesa
(sobre a obra de Canhoto da Paraíba)
com o Trio de Câmara Brasileiro:
Pedro Amorim - bandolim
Caio Cezar - violão
Alessandro Valente - cavaquinho
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
A Céu Aberto
TRILHA SONORA DE EXPOSIÇÃO
É de Tuninho Galante a trilha sonora da exposição "A CEU ABERTO", em cartaz na Casa França Brasil, entre os dias 30 de maio e 7 de setembro.
A exposição, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, tem obras de Geléia da Rocinha, Leonilson, Paulo Vivacqua e Smael.
A trilha foi composta a partir de uma base rítmica gravada por Pretinho da Serrinha e só tem instrumentos de percussão.
É de Tuninho Galante a trilha sonora da exposição "A CEU ABERTO", em cartaz na Casa França Brasil, entre os dias 30 de maio e 7 de setembro.
A exposição, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, tem obras de Geléia da Rocinha, Leonilson, Paulo Vivacqua e Smael.
A trilha foi composta a partir de uma base rítmica gravada por Pretinho da Serrinha e só tem instrumentos de percussão.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Choro na Barca
No próximo domingo, dia 30 de maio, nova edição do Choro na Barca com um conjunto da Escola Portátil de Música - o Regional Carioca. Formado por Tiago Souza, bandolim; Ana Rabello, cavaquinho; Marcus Thadeu, pandeiro; Raphael Mallmith e Glauber Seixas, violões de 6 cordas: Julião Rabello, violão de 7 cordas, encanta pelo alto grau de musicalidade. São jovens, talentosos que revelam alegria de tocar.
Trata-se de um espetáculo que acontece no último domingo de cada mês. A viagem para Paquetá torna-se bem mais agradável com um repertório primoroso.
E o gênero, Choro, é uma das nossas referências musicais. Ao chegar a Paquetá, a ilha mais bela do nosso planeta, os músicos seguem até a Casa de Artes. Lá, então ... Roda de Choro. E com entrada franca.
Um espetáculo imperdível, aliás, dois - o Choro e Paquetá.
(uma afirmação com absoluta isenção)
Trata-se de um espetáculo que acontece no último domingo de cada mês. A viagem para Paquetá torna-se bem mais agradável com um repertório primoroso.
E o gênero, Choro, é uma das nossas referências musicais. Ao chegar a Paquetá, a ilha mais bela do nosso planeta, os músicos seguem até a Casa de Artes. Lá, então ... Roda de Choro. E com entrada franca.
Um espetáculo imperdível, aliás, dois - o Choro e Paquetá.
(uma afirmação com absoluta isenção)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Sala de Música
23 - 26 / maio / 2010
Frente a Frente
Gilson Peranzzetta -Mauro Senise
Marcello Gonçalves - Henrique Cazes
Andrea Ernest - Tomás Improta
Joel Nascimento - Hamilton de Holanda
Rildo Hora - Maria Teresa Madeira
Dino 7 Cordas - Raphael Rabello
Alexandre Guerra - Tony Cunha
Ricardo Amado - Flavio Augusto
Paulo Sérgio Santos - Guinga
Cesar Camargo Mariano - Romero Lubambo
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
Frente a Frente
Gilson Peranzzetta -Mauro Senise
Marcello Gonçalves - Henrique Cazes
Andrea Ernest - Tomás Improta
Joel Nascimento - Hamilton de Holanda
Rildo Hora - Maria Teresa Madeira
Dino 7 Cordas - Raphael Rabello
Alexandre Guerra - Tony Cunha
Ricardo Amado - Flavio Augusto
Paulo Sérgio Santos - Guinga
Cesar Camargo Mariano - Romero Lubambo
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Obrigado Joel
Na próxima terça-feira, às 19h, espetáculo imperdível no Teatro Carlos Gomes, na série 7 em Ponto: Obrigado Joel, disco do Água de Moringa, com canções compostas por Joel Nascimento, um virtuose do bandolim.
A propósito, vale lembrar que, recentemente, a Escola de Música da UFRJ incluiu na sua grade curricular o ensino de bandolim.
A propósito, vale lembrar que, recentemente, a Escola de Música da UFRJ incluiu na sua grade curricular o ensino de bandolim.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
IMAGINÁRIA
Pronta
tinha tudo
na ponta da língua
no bico dos seios
no extremo das mãos
no centro dos zelos
à frente do olhar
no fundo do corpo
no raso da alma
Pronta
via tudo
no eixo da palavra
no vento dos gestos
no sopro do hálito
no transe dos nervos
no senso dos cheiros
na gota do ventre
no rio do corpo
Tonta
rodava tudo
ao seu redor
ao seu prazer
ao seu beber
ao seu suor
ao seu ardor
à sua dor
ao seu torpor
Tonta
às voltas consigo
desdizia tudo
renegava quase
desgozava sempre
se alegrava nunca
foi-se embora quando,
sem adeus, se soube,
nesta vida, tonta,
ainda por se fazer
tinha tudo
na ponta da língua
no bico dos seios
no extremo das mãos
no centro dos zelos
à frente do olhar
no fundo do corpo
no raso da alma
Pronta
via tudo
no eixo da palavra
no vento dos gestos
no sopro do hálito
no transe dos nervos
no senso dos cheiros
na gota do ventre
no rio do corpo
Tonta
rodava tudo
ao seu redor
ao seu prazer
ao seu beber
ao seu suor
ao seu ardor
à sua dor
ao seu torpor
Tonta
às voltas consigo
desdizia tudo
renegava quase
desgozava sempre
se alegrava nunca
foi-se embora quando,
sem adeus, se soube,
nesta vida, tonta,
ainda por se fazer
ADRENALINA (capítulo de Luas de Paquetá)
Adrenalina, nos anos 60, era do teto das barcas caprichar nos acrobáticos mergulhos - carpado, parafuso, volta-e-meia, pontapé-na-lua, canivete. E ao primeiro contato com a água, dar de cara com um mero, sentir a respiração do boto, ouvir o zunir de um rabo de arraia, de arraia manteiga. E isto com mar calmo e sol generoso. A Ilha de Itapacy, algumas braçadas adiante da praia da Imbuca, era impossível de ser vista como um porto-seguro. O jeito mesmo era nadar, com braçadas vigorosas, para retornar à Imbuca, ou, num compreensível erro de rota, dar com os costados na praia do Frade. Enquanto isto, a barca lentamente se afastava em direção ao Rio.
Era uma turma boa, envolvia algumas gerações, embora os reincidentes estivessem na faixa de 12 a 15 anos. Moleques corajosos. Tudo começava pelas artimanhas para escalar os dois andares da barca atracada no cais, ali na Ponte (aos domingos, tinha também o Mocanguê, uma grande lancha de casco preto e de difícil acesso para a molecada). Não era fácil passar impune pelos marinheiros e esconder-se em algum lugar do teto até a barca sair. Tiradas as amarras, tudo era festa, até uma porrada no quengo, que os marinheiros nem sempre estavam de bom humor.
- O primeiro a pular é mulher do padre -, era este o sinal de que a Ilha dos Lobos ia ficar muito pra trás, que passaríamos pelas praias da Ribeira e da Imbuca e que a barca, ao se aproximar de Itapacy, era pra ser abandonada. Neste trecho, ninguém mais se incomodava em ser “mulher do padre”.
Pular da barca era, a um só tempo, diversão e exibicionismo infanto-juvenil e, claro, adrenalina, às vezes muita adrenalina, quando, também além de pular e esmerar–se em mergulhos acrobáticos (não se falava saltos ornamentais, coisa chic!) – um espírito de porco inventava de “pegar reboque”, que consistia em nadar em direção às correntes do leme (da popa, é claro) e pendurar-se. Que delícia!!! Quando as mãos escorregavam no óleo das correntes ... milhas de distância para chegar à praia. Qualquer praia era infinita. E aí ... mero, boto, arraia manteiga etc.
Havia alguns mestres das barcas que tornavam-se cúmplices – Filhinho e Barbosa. Também, pudera, eram paquetaenses de
muitos mares. É bem verdade que vez por outra Barbosa dava um esporro na molecada:
- Pôxa, não veem que estão se arriscando demais? O Poly (*) já veio falar comigo dizendo que eu facilito as coisas pra vocês. Tomem jeito”.
Jeito era uma coisa que ninguém queria tomar. Bom mesmo era tomar banho de mar, pular da barca e, convenhamos, sacanear os marujos que nos momentos de impaciência, corriam atrás dos moleques no teto das barcas. O pessoal que se concentrava na praça torcia... para os dois lados. Uma festa da boa. E a barca apitava e se afastava do cais. Começava a adrenalina.
(*) Delegado Polycarpo Ribeiro da Silva. Dos seus dois metros e bordoada de altura, Poly esperava a molecada na beira do cais. Era uma questão de tempo, e fôlego. Todos em terra firme, dava uma bronca com um vozeirão que a ilha inteira ouvia. Ato seguinte, “prendia” todo mundo no quintal do distrito, que fica na rua Comendador Lage. Dado o susto, soltava a turma entre conselhos e novas reprimendas. Mas ele não conseguia disfarçar o seu terno olhar. Poly faleceu em 1962, aos 49 anos de idade. Virou saudade.
Era uma turma boa, envolvia algumas gerações, embora os reincidentes estivessem na faixa de 12 a 15 anos. Moleques corajosos. Tudo começava pelas artimanhas para escalar os dois andares da barca atracada no cais, ali na Ponte (aos domingos, tinha também o Mocanguê, uma grande lancha de casco preto e de difícil acesso para a molecada). Não era fácil passar impune pelos marinheiros e esconder-se em algum lugar do teto até a barca sair. Tiradas as amarras, tudo era festa, até uma porrada no quengo, que os marinheiros nem sempre estavam de bom humor.
- O primeiro a pular é mulher do padre -, era este o sinal de que a Ilha dos Lobos ia ficar muito pra trás, que passaríamos pelas praias da Ribeira e da Imbuca e que a barca, ao se aproximar de Itapacy, era pra ser abandonada. Neste trecho, ninguém mais se incomodava em ser “mulher do padre”.
Pular da barca era, a um só tempo, diversão e exibicionismo infanto-juvenil e, claro, adrenalina, às vezes muita adrenalina, quando, também além de pular e esmerar–se em mergulhos acrobáticos (não se falava saltos ornamentais, coisa chic!) – um espírito de porco inventava de “pegar reboque”, que consistia em nadar em direção às correntes do leme (da popa, é claro) e pendurar-se. Que delícia!!! Quando as mãos escorregavam no óleo das correntes ... milhas de distância para chegar à praia. Qualquer praia era infinita. E aí ... mero, boto, arraia manteiga etc.
Havia alguns mestres das barcas que tornavam-se cúmplices – Filhinho e Barbosa. Também, pudera, eram paquetaenses de
muitos mares. É bem verdade que vez por outra Barbosa dava um esporro na molecada:
- Pôxa, não veem que estão se arriscando demais? O Poly (*) já veio falar comigo dizendo que eu facilito as coisas pra vocês. Tomem jeito”.
Jeito era uma coisa que ninguém queria tomar. Bom mesmo era tomar banho de mar, pular da barca e, convenhamos, sacanear os marujos que nos momentos de impaciência, corriam atrás dos moleques no teto das barcas. O pessoal que se concentrava na praça torcia... para os dois lados. Uma festa da boa. E a barca apitava e se afastava do cais. Começava a adrenalina.
(*) Delegado Polycarpo Ribeiro da Silva. Dos seus dois metros e bordoada de altura, Poly esperava a molecada na beira do cais. Era uma questão de tempo, e fôlego. Todos em terra firme, dava uma bronca com um vozeirão que a ilha inteira ouvia. Ato seguinte, “prendia” todo mundo no quintal do distrito, que fica na rua Comendador Lage. Dado o susto, soltava a turma entre conselhos e novas reprimendas. Mas ele não conseguia disfarçar o seu terno olhar. Poly faleceu em 1962, aos 49 anos de idade. Virou saudade.
A partir desta data, roteiro do Sala de Música estará aqui semanalmente. Capítulos do livro Luas de Paquetá também. De quebra, alguns "escritos".
Começamos com o Sala de Música de 16, 19 e 23 deste mês:
Regional Carioca / Matreiro / Joventino Maciel
Mauro Senise / A noite do meu bem / Dolores Duran
Laércio de Freitas - Alessandro Penezzi / Boas vidas / Jacob do Bandolim
Rabo de Lagartixa / Cançoneta - Quarteto de Cordas n.1 / Villa-Lobos
Leandro Braga / Sonho meu / Dona Ivone Lara - Delcio Carvalho
Jerzy Milewski / Esses moços / Lupicinio Rodrigues
Victor Biglione / Olha pro céu / Tom Jobim
Zé Nogueira / Pra quem quiser me visitar / Guinga - Aldir Blanc
Ó do Borogodó / Carioquinhas no choro / Altamiro Carrilho.
Começamos com o Sala de Música de 16, 19 e 23 deste mês:
Regional Carioca / Matreiro / Joventino Maciel
Mauro Senise / A noite do meu bem / Dolores Duran
Laércio de Freitas - Alessandro Penezzi / Boas vidas / Jacob do Bandolim
Rabo de Lagartixa / Cançoneta - Quarteto de Cordas n.1 / Villa-Lobos
Leandro Braga / Sonho meu / Dona Ivone Lara - Delcio Carvalho
Jerzy Milewski / Esses moços / Lupicinio Rodrigues
Victor Biglione / Olha pro céu / Tom Jobim
Zé Nogueira / Pra quem quiser me visitar / Guinga - Aldir Blanc
Ó do Borogodó / Carioquinhas no choro / Altamiro Carrilho.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
21 - 24 / fev / 2010
Lançamentos
Alexandre Guerra / Choro na Praça
Bruno Marques / No Olho da Rua
Guilherme Dias Gomes / Cor das Cordas
Alexandre Guerra-Tony Cunha
Gabriel Grossi / Walter Pinheiro
Victor Biglione
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
Lançamentos
Alexandre Guerra / Choro na Praça
Bruno Marques / No Olho da Rua
Guilherme Dias Gomes / Cor das Cordas
Alexandre Guerra-Tony Cunha
Gabriel Grossi / Walter Pinheiro
Victor Biglione
Este programa tambem é transmitido pelo site www.radiomec.com.br,
e retransmitido pela Rádio MEC-AM(800) aos domingos, às 16h.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
DESCIVILIZANDO
descivilizando-se,
dominou-me do peito à alma
do sonho ao medo
do solo ao céu
descivilizando-me,
afogou-me dos mares às lágrimas
do sim à ausência
do colo ao léu
descivilizou-me
deu-me bote e calmaria
deu-me seca e bebedeira
ela, sobranceira.
o0o0o0o
NUVEM
Tem uma nuvem me olhando
baixa, densa, sombria, tensa
não é chuva, é sedução
A nuvem desceu,
seduziu.
o0o0o0o
TU ÉS
Teu silêncio harmonioso
teu sussurro de câmera
teu grito sinfônico
teus acordes da alma
és música
teus cabelos de chuva
teus olhos noturnos
teus claros sentidos
tuas intenções gentis
és prazer
tuas nuvens de algodão
tua brisa dos sentidos
teus verões dos gestos
teu corpo dos clarões
és estação
teu cheiro, sinto primeiro
teus olhos, cerro-os depois
teus anseios, atendo-os de fato
teus gostos, sinto-os no tato
tu és.
o0o0o0o
descivilizando-se,
dominou-me do peito à alma
do sonho ao medo
do solo ao céu
descivilizando-me,
afogou-me dos mares às lágrimas
do sim à ausência
do colo ao léu
descivilizou-me
deu-me bote e calmaria
deu-me seca e bebedeira
ela, sobranceira.
o0o0o0o
NUVEM
Tem uma nuvem me olhando
baixa, densa, sombria, tensa
não é chuva, é sedução
A nuvem desceu,
seduziu.
o0o0o0o
TU ÉS
Teu silêncio harmonioso
teu sussurro de câmera
teu grito sinfônico
teus acordes da alma
és música
teus cabelos de chuva
teus olhos noturnos
teus claros sentidos
tuas intenções gentis
és prazer
tuas nuvens de algodão
tua brisa dos sentidos
teus verões dos gestos
teu corpo dos clarões
és estação
teu cheiro, sinto primeiro
teus olhos, cerro-os depois
teus anseios, atendo-os de fato
teus gostos, sinto-os no tato
tu és.
o0o0o0o
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Bem vindos
Olá, pessoal, a existência deste espaço está diretamente ligada ao conforto, ao bem estar e ao prazer de cada um de nós em frequentá-lo.
Às boas vindas, neste blog ainda "imberbe", corresponderão informações sobre minha atividade profissional que, espero, sejam úteis, da mesma forma que úteis serão as de todos vocês.
Sintam-se à vontade para comentários, notícias, dicas, publicações diversas.
Vamos participar da vida cultural da nossa cidade.
Tô esperando!
Às boas vindas, neste blog ainda "imberbe", corresponderão informações sobre minha atividade profissional que, espero, sejam úteis, da mesma forma que úteis serão as de todos vocês.
Sintam-se à vontade para comentários, notícias, dicas, publicações diversas.
Vamos participar da vida cultural da nossa cidade.
Tô esperando!
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