Pronta
tinha tudo
na ponta da língua
no bico dos seios
no extremo das mãos
no centro dos zelos
à frente do olhar
no fundo do corpo
no raso da alma
Pronta
via tudo
no eixo da palavra
no vento dos gestos
no sopro do hálito
no transe dos nervos
no senso dos cheiros
na gota do ventre
no rio do corpo
Tonta
rodava tudo
ao seu redor
ao seu prazer
ao seu beber
ao seu suor
ao seu ardor
à sua dor
ao seu torpor
Tonta
às voltas consigo
desdizia tudo
renegava quase
desgozava sempre
se alegrava nunca
foi-se embora quando,
sem adeus,  se soube,
nesta vida, tonta,
ainda por se fazer
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário