quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MIS-Campinas pede socorro

Luiz Antonio de Almeida *

Recentemente, uma amiga do orkut, Cláudia Beraldo, enviou e-mail pedindo que eu votasse contra a mudança do Museu da Imagem e do Som de Campinas, de sua sede no Palácio dos Azulejos para sabe-se lá onde... Parece que o poder público quer transformar o prédio histórico numa espécie de sala de recepção, ou coisa que o valha. A intenção, obviamente, se justifica: o edifício é deslumbrante. Prefeitura de qualquer cidade teria orgulho em possuir um salão nobre ou sala de recepção num palácio desses. Contudo, dizer que o MIS-Campinas, para justificar o “despejo”, não atrai público suficiente, é uma tremenda injustiça. Museu não é estádio de futebol. Cultura poderia até ser produto de “massa”, mas não é. Cultura é algo a ser trabalhado, de resultados demorados, porém permanentes. Vejamos o Louvre. Milhares de pessoas visitam esse museu diariamente. E isso não se alcançou em 10 ou 20 anos, mas, sim, depois de 200 anos dedicados a transformá-lo no que ele é. O governo francês, desde os tempos de Napoleão, entendeu que a instituição seria exatamente a resposta ao mundo, à posteridade, à civilização ocidental, da importância que a França representava. E Campinas?

Daqui do Rio de Janeiro, só ouço falar de Campinas quando o assunto está relacionado à Unicamp ou às duplas “Chitãozinho e Xororó” e “Sandy e Júnior”, ilustres residentes da cidade. E é só. Campinas, em termos de projeção junto à cultura nacional, poderia ter papel altamente significativo. Não tem. E uma prova de que tal situação possivelmente se perpetuará é o fato de um museu importantíssimo como o MIS-Campinas, de uma hora para outra, ser ameaçado pelo próprio poder público! Ao invés de se “pensar” o MIS, procurar entender suas dificuldades, carências... Não, o negócio é “remover”. Pra quê um prédio tão bonito abrigando tanta “velharia”?... Quer coisa mais absurda que no Estado de São Paulo, em pleno ano de 2010, uma prefeitura compreenda a cultura de sua cidade dessa maneira? É certo que o palácio transformado em sala de visitas do prefeito receberá as melhorias de que tanto precisa. Mas não é assim que a coisa deve funcionar. Isso é uma covardia com o pessoal do museu, com a memória de Campinas. Ou seja: para abrigo de futuros regabofes entre correligionários e palco das vaidades do alcáide falastrão, certamente o dinheiro aparecerá, o prédio será restaurado. Mas para a preservação do patrimônio histórico da cidade, nada.

Sabemos que Carlos Gomes, o maior nome da música erudita brasileira, no século XIX, nasceu em Campinas. E daí? O que Campinas tem feito pela memória de Carlos Gomes, hoje? Onde estão, por exemplo, a “Medalha Carlos Gomes”, o “Festival Carlos Gomes”, o “Prêmio Carlos Gomes”?... Não estão em lugar nenhum! Simplesmente, não existem!... Fico pensando em Gramado (RS), com seu festival de cinema, Parati (RJ), com a Flip, sua feira literária, eventos de projeção internacional. Mas isso dá trabalho, não se faz de um dia para o outro, de uma gestão administrativa para outra... Há, ainda, o exemplo de Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, que aproveitou uma estação de trem desativada e a transformou num museu com o nome de Zequinha de Abreu, compositor nascido na cidade e autor do famosíssimo chorinho “Tico-tico no fubá”. Esse museu é uma das pérolas de Santa Rita.

Em 1926, nos primeiros dias de julho, o compositor Ernesto Nazareth, em turnê por algumas cidades de São Paulo, chegou a Campinas, ali se apresentando no Club Campineiro (por duas vezes), no Club Semanal de Cultura Artística e no Centro de Sciencias, Letras e Artes, perfazendo, portanto, um total de quatro recitais públicos. Quanto às audições particulares, certamente foram em bom número, pois só retornou à capital paulista entre 19 e 22 de agosto, levando, consigo, além das melhores impressões, dois pequenos álbuns com dez primorosos cartões-postais em cada, retratando o Largo Carlos Gomes e coreto, a Praça José Bonifácio, a Escola Normal, a Rua da Conceição, Monumento Ruy Barbosa, Rua Andrade Neves, 4º Grupo Escolar, a Catedral, o Clube Campineiro, a Rua Barão de Jaguará, a estátua de Carlos Gomes, a Rua Treze de Maio e a Igreja Matriz da Santa Cruz.

Três recordações de Ernesto Nazareth, datadas de 1926:
programa, fotografia tirada por Valério Vieira (SP) e convite. (02)

Ernesto Nazareth dedicou a dois amigos de Campinas, o dentista Numa Corrêa de Carvalho e sua esposa Effe, uma de suas obras primas, o “Nocturno nº 1”.
A terra que testemunhou o francês Hércules Florence realizando as experiências que projetariam seu nome entre os pioneiros da fotografia universal; Carlos Gomes, primeiro e único a levar histórias de nossos índios e negros aos palcos da Europa, por meio de suas óperas; Alexandre Levy, outro músico erudito, precursor no recolhimento de temas populares, especificamente o “Samba”, e perpetrando-os em partitura, isso em 1890... Que pena! Que descaso!... Cidade sem passado é cidade sem futuro. Não que Campinas vá desaparecer do mapa. Porém, conhecendo bem esse filme, que não é de ficção, mas de terror, vejo Campinas sendo transformada em mais uma daquelas cidades sem história, sem tradição, “sem alma”, anunciada pelos telejornais como “cidade-satélite” da megalópole São Paulo ou, o pior de todos os pesadelos: a transformação de Campinas numa espécie de “cidade-terminal ferroviário”.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Casa do Músico - Carta de Minas - Convocação.

CONVOCAÇÃO PARA PRÓXIMA REUNIÃO ! ! ! TERÇA-FEIRA DIA 24, AGOSTO,
das 15 HORAS ás 17 HORAS.
Assuntos bem interessante que precisamos do aval de todos. Nesta próxima
reunião, vamos discutir um espaço permanente para o " Encontro dos
Músicos" na CASA
DO MÚSICO logo após as eleições, pelo menos uma vez por mês. Está sendo
muito agradável OS REVERJOS, ( ui, inventei agora, não existe ), o
reencontro, as sugestões, os informes, as piadas e as conversas de
músicos. Estamos juntos.
Teo Lima

---------Atenção para todos os músicos, compositores,poetas,produtores
enfim, todos ligado á música brasileira. Vamos engrossar nossa fileira que
já conta com grandes nomes do setor junto as autoridades, que estão brigando
por nós. Precisamos ir juntos. A dispersão sempre foi nossa bandeira
maior e com isso perdemos muito terreno para reivindicar nossas dores. Não
cabe mais ficar brigando em causa própria e cuidando do seu próprio
umbigo. Agora termos a grande chance de sentar na mesma mesa para
discutir e resolver todos os nossos problemas,de verdade, mudando a
história do músico e da música no país. É agora ou nunca mais. Vamos,
traga mais um músico com você. Vamos dar as mãos e brigar pelos nossos
direitos ignorados há anos.-- Temos reuniões: Todas as terças-feira, no
horário de 15h ás 17 horas. Local: Edf. Central. Rua: São José, 115, Loja
C em frente a rua Nilo Peçanha - Esquina com Ave. Rio Branco, frente para
a lateral do Lago da Carioca. Tem todos os transportes : ónibus, metro,
barcas, bicicleta, a pé, enfim, fácil acesso para todos os lados. Sala
confortável com ar refrigerado e outras "coysitas más "
Traga sua sugestão junto a sua decisão de lutar pela classe. Quem sabe
faz a hora. Fique certo, que aqui, você é a voz.

Lista de Apoio:

001 - Wagner Tiso - Músico.RJ
002 - Nelson Macedo - Músico.RJ
003 - Maestro Rildo Hora - Músico. RJ
004 - Maestro Carlos Prazeres - Músico. RJ
005 - Maestro Leonardo Bruno - Músico. RJ
006 - Maestro Renio Quintas - Músico. DF
007 - Maestro Amilson Godoy - Músico. SP
008 - Maestrina Celinha Vaz - Música. RJ
*009 - Marcio Malard - Músico. RJ*
010 - Fernando Pereira - Músico. RJ
011 - Marcelo Martins - Músico. RJ
012 - Carlos Dafé - Músico. RJ
013 - Da Gama - Músico. RJ
014 - Ana Terra - Compositora. RJ
015 - Tiberio Gaspar - Músico. RJ
016 - Leo Borges - Músico. RJ
017 - Flávio Oliveira - Músico.RJ
018 - Wilson Keyroga - Músico. MG
019 - Santiago Neto - Músico. RS
020 - Alvaro Santi - Músico. RS
021 - Paulo Sarkis - Músico. RN
022 - Ricardo Vilas - Músico. RJ
023 - Mestre Jeronimo - Músico. Austraulia.
024 - Fernanda Farina - Música. ES
025 - Omar Marzagão - Músico. RJ
026 - Elpidio Bastos - Músico. BA
027 - Amador Bueno - Músico. SP
028 - Pascoal Meirelles - Músico. RJ
029 - Jorge Cardoso - Músico. RJ
030 - Teo Lima - Músico. RJ
031 - Beto Saroldi - Músico. RJ
032 - Patricia Vilches - Música. RJ
033 - Alvaro Maciel - Compositor. RJ
034- Nema Antunes - Músico. RJ
035 - Ézio Filho - Músico. RJ
036 - Andrea Ciminelli - Música. RJ
037 - Claudia Gomes - Música. RJ
038 - Renier Salgado - Músico. RJ
039 - Lourival Franco - Músico. RJ
040 - Dimerval Felipe,Bororó - Músico. GO
041 - Manassés Aragão - Músico. GO
042 - Ricardo Moreno - Músico. RJ
043 - Jeff Gardner - Músico. RJ
044 - Fernando Carvalho - Músico. RJ
045 - Ocimar Santos - Músico. RJ
046 - Elieth Silva - Produção. RJ
047 - Renato Alvim - Músico. RJ
048 - Giovana Melo - Música. RJ
049 - Sergio Ricardo - Músico. RJ
050 - Adrian Barbet - Músico. RJ
051 - Celso Santhana - Músico. RJ
052 - José Brasil Filho - Educador-musical. CE
053 - Nicolau Amador - Músico. PA
054 - Gláfira Lobo - Música. PA
055 - Augusto Santos - Músico. PA
056 - Vanderlei Loureiro - Eng.Som. RJ
057 - Samantha de Souza - Produção. RJ
058 - Rodrigo Nascimento - Produção. RJ
059 - Flávio Aniceto - Produtor Cultural. RJ
060 - Heitor Teixeira - Músico. RJ
061- Tania Amorim - Produção. RJ
062 - Edgar Coelho Vaz - Fenametro. RJ
063 - Suelyemma Franco - produção. RJ
064 - Ivan Machado - Produtor Cultural. RJ
065 - Delcio Cardoso - Músico. RJ
066 - Roberta Martins - Produtora Cultural. RJ
067 - Diego Scliar - Músico. RJ
068 - Irani Vitória - Música-Educadora. RJ
069 - Giuliano Falcetta - Publicitário. RJ
070 - Jean Veríssimo - Músico. RJ
071 - Ykenka - Músico-Jornalista. RJ
072 - Werterberg Nunes - Músico. TO
073 - Rosana Sabença - Música. RJ
074 - Maestro Israel Menezes - Músico. RJ
075 - Felipe Cerquize - Músico. RJ
076 - Euclides Amaral - Poeta-Escritor. RJ

http://casadomusicosrj.blogspot.com
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Garimpo / Claudio Jorge

Hoje, terça feira, o Programa Garimpo, além de outras atrações, recebe o cantor e compositor Martinho da Vila, que fala sobre sua experiência com a produção independente e de como ele vê o novo mercado de música no Brasil. Não perca.

Rádio Nacional 1130 KHZ. 21 horas. Na internet em www.ebc.com.br


Reprise às sextas no mesmo horário.